A modelagem oversized, caracterizada por peças amplas e confortáveis, tem suas raízes na década de 1920. Naquele período, o estilo la garçonne marcou uma ruptura com os espartilhos ao introduzir vestidos tubulares de cintura baixa e linhas retas. A estilista Coco Chanel foi uma figura central nesse movimento, utilizando o jersey para criar conjuntos minimalistas que redefiniram a relação entre moda e conforto. Esse marco histórico ajuda a explicar como peças de grande volume se tornaram um elemento duradouro no vestuário.
As décadas seguintes foram marcadas por uma dualidade. Enquanto os anos 1980 trouxeram o power dressing, com seus ombros largos e volumes exagerados, subculturas emergentes começaram a desafiar a formalidade. No início dos anos 1990, o portal Fashion History documenta a adoção generalizada de roupas folgadas. O movimento grunge, de Seattle, popularizou o uso de jeans gastos e camisas xadrez, enquanto a cultura hip-hop estabeleceu camisetas extra grandes e calças baggy como símbolos de expressão cultural.
Essa estética logo alcançou o mercado de massa. Uma análise da CNN Brasil aponta que, nos anos 90, looks casuais eram frequentemente compostos por bermudas ciclistas, jeans de cintura alta e camisetas largas. O ponto de virada ocorreu em 1993, quando o estilista Marc Jacobs levou o grunge para a passarela para a grife Perry Ellis, legitimando a influência das ruas na alta-costura.
No Brasil, a tendência foi impulsionada pela música e pelo skate, sendo rapidamente absorvida pelo streetwear. Com a chegada dos anos 2000, marcas nacionais passaram a desenvolver coleções com modelagens oversized para atender a uma crescente demanda por peças que unissem conforto e individualidade.
Nesse cenário, a Brunx, fabricante brasileira de moda urbana, alinhou sua produção ao movimento, lançando linhas de camisetas lisas com modelagem oversized e apelo minimalista. Segundo a empresa, a estratégia visa oferecer roupas confortáveis com uma estética contemporânea. Em comunicado oficial, Valdecir Knies, CEO da Brunx, afirma que a adoção do estilo "reflete o compromisso da marca em atender às necessidades de conforto e expressão individual de nossos clientes".
Ao focar em peças lisas e cortes amplos, a Brunx desenvolveu uma identidade visual que busca traduzir conceitos de liberdade e fluidez. A empresa também destaca o uso de diferentes gramaturas de algodão e processos de lavagem para assegurar o caimento e a durabilidade dos produtos.
No cenário internacional, o oversized ressurgiu nos anos 2010. O Fashion History observa que designers como Demna Gvasalia (Balenciaga) e Hedi Slimane (Saint Laurent) revisitaram os anos 1980, criando casacos e blazers com volumes ampliados. Mais recentemente, marcas como Peter Do e Marc Jacobs seguiram a mesma linha, apresentando peças extragrandes em suas coleções.
Atualmente, a tendência oversized continua em alta, impulsionada pela busca por conforto e inclusão, conforme indicam relatórios da WGSN e análises de passarela da Vogue. No Brasil, o setor de streetwear ganha relevância pela inovação em materiais e design. Dados da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) posicionam o país como o segundo maior produtor mundial de denim e o terceiro em malhas. Globalmente, projeções do relatório The State of Fashion 2024, da McKinsey, apontam para a continuidade da tendência, consolidando o oversized como um pilar da moda contemporânea.
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