
Os números sobre a incidência e as estimativas de casos de câncer de próstata no Brasil e no mundo reforçam a importância da discussão sobre o assunto no mês que abriga o Dia Nacional de Luta Contra o Câncer. A doença é a quarta mais frequente do mundo, representando 7,3% de todos os casos de câncer em ambos os sexos. No último levantamento mundial, foram identificados mais de 1,4 milhão de novos casos, representando 15,2% de todos os diagnósticos de câncer em homens.
No Brasil, a expectativa é de que cerca de 71 mil novos casos de câncer de próstata ocorram, por ano, entre 2023 e 2025, de acordo com estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA). Este é o segundo tipo de câncer mais comum entre os homens brasileiros — sem considerar os tumores de pele não melanoma.
Apesar de ter evolução lenta na maioria dos casos, o câncer de próstata foi responsável por mais de 15 mil mortes no Brasil em 2020. O risco da doença aumenta com a idade, especialmente a partir dos 50 anos. Fatores como histórico familiar e excesso de gordura corporal também podem influenciar no surgimento da doença.
Para esclarecer tabus e desinformações que cercam a doença, o urologista Marcos Dall Oglio e o oncologista Antônio Cavaleiro de Macedo apresentaram os principais mitos e verdades sobre o câncer de próstata.
“Só devo recorrer ao médico após apresentar sintomas da doença”
Mito. Segundo o Dr. Dall Oglio, esse é um dos equívocos mais perigosos. “O câncer de próstata, em seus estágios iniciais, não costuma apresentar sintomas. Por isso, é fundamental ter uma rotina de visitas ao urologista e manter os exames em dia, especialmente a partir dos 50 anos — ou antes, caso haja fatores de risco como histórico familiar”.
Em caso de desconforto na região pélvica e alterações relacionadas à urina, como presença de sangue, e ao ato de urinar, como dor durante o ato, aumento na frequência ou dificuldade para urinar, a recomendação é visitar um especialista o mais rápido possível.
“Somente homens com mais de 50 anos de idade têm câncer de próstata”
Mito. O câncer de próstata é uma doença multifatorial, ou seja, uma série de fatores pode levar ao desenvolvimento desse tipo de tumor. O urologista conta que a idade é uma questão relevante, já que cerca de 75% dos diagnósticos são feitos em homens com mais de 65 anos, mas reforça que o público jovem não deve negligenciar a questão: “Apesar da prevalência em pacientes mais velhos, a porcentagem de casos em pessoas com menos de 65 anos também é representativa. A recomendação é de que os homens consultem um urologista rotineiramente a partir do início da puberdade”.
“O exame de toque é demorado e doloroso”
Mito. Apesar de ser motivo de tabu e preconceito para muitos homens, o exame de toque é simples, rápido e indolor. Ele é essencial para a detecção do câncer de próstata e é realizado junto à dosagem do PSA (Antígeno Prostático Específico) por meio de coleta de sangue, para identificar possíveis alterações na próstata. Depois disso, uma biópsia é feita para confirmar o diagnóstico. Segundo o Dr. Dall Oglio, o exame de toque leva menos de 20 segundos e pode salvar vidas. A frequência de realização do procedimento vai depender do histórico familiar e dos fatores de risco de cada paciente, converse com o seu médico.
“Se meu PSA está alterado, significa que tenho câncer de próstata”
Mito. O PSA faz parte do processo de detecção do câncer. Ele é um exame de sangue simples que mede a quantidade do antígeno prostático específico e pode indicar suspeita de câncer. O urologista explica que outras condições também podem interferir nos níveis de PSA. Por isso, o diagnóstico do câncer de próstata só deve ser confirmado após realização da biópsia.
“O estilo de vida pode influenciar no risco da doença”
Verdade. Excesso de gordura corporal, sedentarismo e dieta rica em alimentos ultraprocessados aumentam o risco de câncer de próstata. Dr. Macedo esclarece que “praticar atividade física regularmente e manter uma alimentação equilibrada são hábitos que ajudam a prevenir o câncer de próstata e uma série de outras doenças crônicas”.
“O câncer de próstata vai me deixar com disfunção erétil”
Mito. Segundo o oncologista, atualmente existem tratamentos que preservam a qualidade de vida e desempenho sexual dos pacientes. O importante é cuidar da saúde física e mental para manejar situações indesejadas.
“Após tratar a doença, o paciente com câncer de próstata se torna infértil”
Mito. Os especialistas explicam que, embora alguns tratamentos para o câncer de próstata possam afetar a fertilidade, essa não é uma regra para todos os pacientes. Tecnologias têm preservado a qualidade de vida do paciente nos mais diversos aspectos, inclusive relacionados à fertilidade. É importante que cada paciente assuma um papel ativo em seu tratamento e entenda o mecanismo de ação e as reações de cada terapia. Dependendo do caso, pode ser necessário adotar uma estratégia de preservação da fertilidade antes do início do tratamento, como o congelamento de sêmen.
“Terapias personalizadas podem mudar o curso da doença e adiar complicações”
Verdade. Atualmente, existem alternativas terapêuticas para tratar cada caso de câncer de próstata de forma única, com menos interações medicamentosas e efeitos colaterais. “A medicina tem avançado para garantir que nenhum paciente fique desassistido, independentemente do estágio da doença ou de resistências que seu organismo possa ter a determinados tratamentos. Há inovações capazes de postergar em anos o avanço da doença e, ainda, contribuir para a qualidade de vida do paciente”, explica Dr. Macedo.
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