A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, por intermédio da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), com o apoio da 1ª Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (1ª DEAM), efetuou a prisão, nesta terça-feira, 27/05, do autor do duplo feminicídio que vitimou a própria filha, de 10 meses e a companheira, de 29 anos de idade, ambas mortas por esganadura, com posterior ocultação mediante incêndio. O autor, de 21 anos de idade, foi preso no momento em que se dirigia à 6ª Delegacia de Polícia Civil para registrar boletim de desaparecimento das vítimas.
No interior do veículo que ele estava no momento da abordagem, os policiais encontraram, em cima de uma cadeirinha de bebê, o galão utilizado para transportar o combustível, que ele usou para queimar os corpos. Ao ser questionado, ele confessou o crime.
Interrogado na DHPP, ele demonstrou extrema frieza e afirmou que não aceitava a separação, pois não queria arcar com o pagamento de pensão alimentícia. Segundo relatou ao delegado Rodoldo Daltro, na tarde de ontem, por volta das 16h, o autor atraiu a companheira com a promessa de diálogo e a matou ao aplicar um golpe de mata-leão, causando esganadura e em seguida assassinou, da mesma forma, também a filha, que brincava na cama.
O autor disse ainda que após matar mãe e filha, sentiu-se “aliviado”, pois seus “problemas estariam resolvidos”. Após os homicídios, o indivíduo foi trabalhar normalmente. Ao retornar, comprou um galão e R$ 16,00 de gasolina em um posto de combustíveis.
Em casa, embrulhou os corpos em cobertores, colocou-os no porta-malas do veículo e seguiu até um terreno localizado na região do Núcleo Industrial Indubrasil, na saída para Terenos-MS. No local, ateou fogo nos corpos. Ao delegado da DHPP, o autor afirmou ainda que, após o crime e a queima dos corpos, retornou para casa e dormiu como se nada tivesse ocorrido.
Na noite de ontem, a Polícia Civil foi acionada e esteve no local, juntamente com a Perícia, Bombeiros e Polícia Militar, para coletar vestígios, informações e imagens de câmeras de segurança, que pudessem identificar a autoria do crime. A perícia identificou fraturas no pescoço da mulher e da criança, bem como vestígios de líquido inflamável.
Pelas imagens das câmeras de segurança foi possível visualizar um veículo suspeito circulando na região. Devido ao estado em que os corpos foram encontrados, as vítimas só puderam ser identificadas mediante exame necropapiposcópico.
A partir disso, as diligências continuaram e o convivente da mulher passou a ser o principal suspeito. Os investigadores apuraram ainda que o autor planejava o crime há pelo menos dois meses. Uma testemunha, amigo do autor, revelou que ele comentava sobre matar a companheira e a filha, alegando que “ela não o deixava fazer nada de legal” e que as despesas domésticas estavam elevadas.
Diante dos fatos, o autor foi preso em flagrante pelos crimes de feminicídio qualificado e destruição de cadáver.
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