Campo Grande, já reconhecida mundialmente pelo título de “Cidade Árvore do Mundo”, ostenta com orgulho outro nome que colore suas ruas e avenidas a cada inverno e primavera: a Capital dos Ipês. De acordo com o Plano Diretor de Arborização Urbana (PDAU), os ipês representam cerca de 10% das árvores da arborização urbana da cidade, com uma impressionante diversidade de 10 espécies diferentes.
A riqueza da florada campo-grandense
Os ipês, caracterizados por suas flores vistosas e tubulares de cores intensas, transformam a paisagem da capital sul-mato-grossense. No período mais frio do ano, essas árvores perdem as folhas, abrindo espaço para os cachos floridos que encantam moradores e visitantes. Entre as espécies que mais se destacam em Campo Grande, estão:
A florada dos ipês em Campo Grande é um espetáculo à parte — embora a ordem de florescimento possa variar ligeiramente conforme as condições climáticas. Geralmente, o ipê-roxo é o primeiro a florir, entre junho e agosto. Em seguida, o ipê-amarelo assume o protagonismo entre agosto e setembro. Por fim, o ipê-branco exibe sua beleza entre setembro e outubro, com uma florada breve, que dura em média de 24 a 48 horas.
Uma curiosidade é o ipê-verde, mais raro e difícil de ser identificado. Suas flores possuem coloração semelhante às folhas, e a árvore não as perde durante a florada, o que faz com que sua beleza muitas vezes passe despercebida. Apesar de sua menor intensidade, sua florada é mais duradoura, podendo se estender por até 20 dias. Já os ipês-rosa e amarelo costumam ter floradas mais longas — e o ipê-amarelo, inclusive, pode florescer duas vezes ao ano, em julho e setembro.
Um papel essencial para a biodiversidade
Os ipês desempenham um papel crucial na sustentabilidade dos ecossistemas urbanos, funcionando como verdadeiros oásis para a fauna local. Suas flores vibrantes, que surgem em diferentes períodos conforme a espécie, são uma rica fonte de alimento. Abelhas, atraídas pelo néctar abundante, são polinizadoras essenciais, contribuindo para a reprodução de diversas plantas. Aves como beija-flores e sanhaços se beneficiam tanto do néctar quanto dos insetos atraídos pelas flores, enquanto papagaios e outras espécies apreciam os frutos e sementes. Além disso, a copa densa e a estrutura robusta dos ipês oferecem abrigo e locais seguros para a construção de ninhos, desde pequenos insetos até mamíferos de menor porte — tornando essas árvores insubstituíveis para a manutenção da biodiversidade urbana.
O PDAU recomenda o plantio prioritário de espécies nativas de ipês, como o ipê-rosa (Handroanthus heptaphyllus e Handroanthus impetiginosus), muito valorizadas no paisagismo por suas floradas densas. Essas duas espécies representam, respectivamente, 12% e 13% do total de ipês existentes na cidade.
Ao valorizar as espécies nativas e garantir o manejo adequado, Campo Grande não só assegura a exuberância de suas floradas, mas também a saúde e longevidade de suas árvores — mantendo, com orgulho e responsabilidade ambiental, o título de Capital dos Ipês.
#ParaTodosVerem As imagens mostram as árvores em florada, na cor rosa.
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