Com o avanço das regulamentações previstas pela Emenda Constitucional nº 132/2023, empresas de diferentes setores começam a se mobilizar para adaptar suas operações à nova realidade fiscal. A fase de testes obrigatórios da CBS e do IBS começa em 2026, com apuração paralela e necessidade de ajustes sistêmicos.
A adaptação não será apenas contábil. Exigirá reorganização de processos, atualização tecnológica e capacitação de equipes. Os próximos dois anos são decisivos para estruturar rotinas capazes de conviver com os dois sistemas tributários, o antigo e o novo, até o fim da transição.
Diagnóstico tributário e avaliação de riscos
O primeiro passo para a adequação é a realização de um diagnóstico fiscal completo. A nova sistemática exige parametrizações específicas e a apuração segregada dos tributos.
Esse diagnóstico deve incluir:
Esse processo permite identificar riscos de perda de crédito, aumento de carga ou inconsistência documental que podem resultar em autuações futuras, segundo a especialista Adriana Matos, COO da Person Consultoria.
Fornecedores e contratos precisam ser revisados
A Reforma Tributária traz implicações diretas nas compras e na gestão da cadeia de suprimentos. Compras feitas de empresas do Simples Nacional ou de fornecedores com pendências fiscais podem bloquear o direito ao crédito dos tributos pagos, mesmo com nota fiscal emitida.
Com a implementação do split payment, conforme disposto na LC nº 214/2025, o crédito só será permitido após a extinção do débito tributário pelo fornecedor. Por isso, contratos com cláusulas fiscais imprecisas ou fornecedores que não acompanham a legislação se tornam passivos operacionais.
ERPs e sistemas precisam suportar apuração paralela
Entre 2026 e 2032, as empresas precisarão conviver com o sistema atual e o novo modelo ao mesmo tempo. Isso implica que os sistemas de gestão empresarial (ERPs) deverão estar prontos para:
Essa complexidade técnica exige envolvimento da área de tecnologia e suporte contábil com capacidade para realizar as parametrizações corretamente.
Capacitação de equipes e integração entre áreas
A Reforma Tributária altera também o fluxo de informação dentro das empresas.
"O entendimento de regras fiscais deixa de ser exclusivo da contabilidade. Áreas como compras, vendas, financeiro e jurídico precisarão entender os impactos práticos da nova legislação sobre suas atividades diárias.", segundo a especialista Adriana Matos.
O treinamento de equipes é necessário, não apenas sobre alíquotas e códigos tributários, mas sobre o impacto da nova estrutura fiscal nas decisões comerciais, operacionais e contratuais.
Antecipação como vantagem competitiva
Embora a nova legislação esteja em fase de implantação gradual, o efeito prático da transição já começou. Empresas que estruturarem seus processos antes da obrigatoriedade terão melhores condições de negociar com clientes, manter margens saudáveis e evitar passivos futuros.
“Negócios que se antecipam à transição terão mais controle sobre riscos e oportunidades. A Reforma Tributária exige uma visão integrada entre estratégia, operação e compliance. O planejamento agora pode evitar perdas mais adiante. A transição fiscal não será apenas normativa, ela requer planejamento técnico e gestão ativa de riscos, com impacto direto sobre o desempenho financeiro e a competitividade no mercado.”, afirma Adriana Matos, COO da Person.
Sobre a Empresa
Criada em 1999, a Person Consultoria é uma contabilidade digital e consultiva, que oferece soluções personalizadas aos seus clientes. A empresa utiliza amplamente a tecnologia para automatizar e aprimorar seus processos contábeis. Além disso, possui certificações como: PQEC, PQEC Gestão Intensivo, ISO 9001 e CSI, que validam sua adesão a padrões de gestão de qualidade e segurança da informação.
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