Empresários e investidores japoneses e brasileiros conheceram nesta segunda-feira (22) os potenciais da Rota Bioceânica, durante a palestra “Comércio com o Mercado Asiático e Rota Bioceânica”, promovida na Japan House São Paulo pelo Consulado-Geral do Japão em São Paulo, pelo Governo de Mato Grosso do Sul e pela própria instituição cultural japonesa. O evento destacou oportunidades de integração comercial entre Brasil e Ásia e o papel estratégico do corredor rodoviário que ligará o país aos portos chilenos, via Paraguai e Argentina.
O governador Eduardo Riedel apresentou a estratégia sul-mato-grossense para o cenário global, abordando segurança alimentar, transição energética, inclusão social e sustentabilidade. Ele ressaltou que, entre 2010 e 2020, a indústria de transformação no Estado cresceu 68%, enquanto Mato Grosso do Sul mantém a menor taxa de desocupação do país (5,5%) e a terceira menor taxa de extrema pobreza (2%).
Riedel destacou o Estado como potência agroambiental, com 1,7 milhão de hectares de florestas plantadas e participação robusta na balança de exportações, que soma US$ 9,9 bilhões anuais: US$ 3,6 bilhões do complexo soja, US$ 2,7 bilhões do setor florestal e US$ 1,7 bilhão de carnes.
O governador citou ainda o Pacto Pantanal, iniciativa que prevê R$ 1,4 bilhão em ações de preservação e desenvolvimento sustentável até 2030, abrangendo infraestrutura, educação, saúde, saneamento e meio ambiente, além do Programa de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA Pantanal).
“Nosso objetivo é oferecer melhor qualidade de vida às comunidades locais, fomentar boas práticas de preservação do bioma e consolidar Mato Grosso do Sul como Estado Carbono Neutro até 2030”, afirmou.
Ao detalhar a Rota Bioceânica, Riedel explicou que o corredor rodoviário parte de São Paulo, no Atlântico, passando pelo porto de Santos, e segue em direção ao Pacífico, chegando às cidades chilenas de Iquique e Antofagasta. O trajeto permite que o escoamento de produtos seja definido de acordo com o tipo de carga, a situação logística e o planejamento comercial.
“Nos portos do norte do Chile, o acesso marítimo para o Japão e outros países do Sudeste Asiático é significativamente mais curto do que pelos portos do Atlântico brasileiro. Cada produto, cada cadeia produtiva, encontrará seu caminho ideal. Não se trata de uma rota voltada a commodities, mas a produtos conteinerizados, conferindo um diferencial competitivo às regiões Centro-Sul do Brasil. Como já mencionei, o transporte pela Rota Bioceânica reduz em 12 a 17 dias o tempo de viagem, o que impacta diretamente nos custos. O trajeto pelo norte do Chile oferece vantagens expressivas nesse sentido”, afirmou.
Inaugurada em 2017, a Japan House São Paulo é uma iniciativa internacional dedicada à difusão da cultura japonesa contemporânea, com unidades-irmãs em Londres e Los Angeles. A instituição promove gratuitamente eventos e exposições em áreas como arquitetura, tecnologia, gastronomia, moda e arte.
A programação contou com discursos do presidente da JHSP, Carlos Roza; do cônsul-geral do Japão, Toru Shimizu; do chefe da Assessoria Internacional do Governo de São Paulo, Samo Tossati; e do deputado estadual sul-mato-grossense Roberto Hashioka.
Alexandre Gonzaga, Comunicação do Governo de MS
Fotos: Secom MS
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