A preocupação com a segurança na cadeia de suprimentos tem levado um número crescente de empresas brasileiras a reforçar seus processos de avaliação de fornecedores. De acordo com
A prática de realizar consultas financeiras durante a homologação de fornecedores, antes restrita a grandes corporações, hoje é adotada por negócios de diferentes portes e setores. A análise de dados como score de crédito, protestos, pendências financeiras e quadro societário tornou-se uma etapa essencial para mitigar riscos e assegurar a continuidade operacional.
Consulta integrada ao Serasa na gestão de fornecedores
Com a digitalização dos processos de procurement, soluções que integram consultas financeiras diretamente em plataformas de gestão têm ganhado espaço. A empresa brasileira Efcaz, por exemplo, integrou em seu sistema de gestão de fornecedores uma ferramenta que realiza a busca no banco de dados do Serasa, disponibilizando informações como score de crédito da empresa, percentual de risco de concessão de crédito, pendências financeiras e histórico de protestos. Esses recursos também incluem a análise do quadro societário dos fornecedores, permitindo identificar eventuais restrições financeiras dos sócios, como cheques sem fundos, dívidas vencidas e ações judiciais. A integração dessas informações no processo de homologação proporciona mais agilidade e confiabilidade na tomada de decisão, reduzindo a exposição das empresas a riscos ocultos.
“A digitalização da análise de fornecedores e o acesso a dados financeiros integrados ajudam a identificar riscos antes que eles se tornem problemas operacionais”, afirma Renato Pedroso, CEO da Efcaz.
De acordo com o
Gestão de riscos financeiros se torna peça-chave na estratégia empresarial
A intensificação da análise financeira de fornecedores reflete uma mudança de mentalidade na gestão empresarial. A preocupação com a resiliência operacional, a responsabilidade corporativa e o compliance regulatório impulsiona a adoção de práticas mais rigorosas de homologação de terceiros. O impacto da escolha inadequada de fornecedores pode ser profundo, afetando não apenas o desempenho financeiro, mas também a reputação e a capacidade de atendimento ao mercado. Em setores como saúde, alimentação e infraestrutura, a falha de um fornecedor pode gerar rupturas graves na cadeia produtiva, com consequências para a qualidade dos serviços prestados.
Além disso, em um ambiente cada vez mais atento a práticas ESG (ambiental, social e governança), garantir que fornecedores estejam em situação financeira regularizada e livres de passivos ocultos é um requisito para manter programas de sustentabilidade e certificações internacionais. A análise de riscos também se tornou fundamental em contextos de auditorias e certificações de integridade corporativa. Normas como a
Cadeia de suprimentos no centro das transformações
O cenário de transformação econômica, impulsionado por medidas como a Reforma Tributária, também reforça a necessidade de estruturas de supply chain mais sólidas e preparadas. Com a mudança na sistemática de cobrança de tributos — que passa a ser realizada no destino e não mais na origem —, a malha logística das empresas tende a ser redesenhada, exigindo parceiros comerciais mais estáveis e financeiramente seguros.
Empresas que investem em processos de homologação estruturados, com uso de informações financeiras confiáveis e plataformas de gestão integradas, tendem a reduzir significativamente seus riscos operacionais. A capacidade de mapear antecipadamente vulnerabilidades, identificar riscos ocultos e tomar decisões baseadas em dados se transforma em vantagem competitiva em mercados cada vez mais voláteis.
A digitalização das cadeias de suprimentos e a adoção de práticas de compliance no relacionamento com terceiros deixam de ser tendências para se consolidarem como componentes estratégicos para a sustentabilidade dos negócios. A análise financeira prévia de fornecedores é hoje vista como parte indissociável dessa transformação.
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